domingo, 24 de julho de 2011

Na lavada ou no potreiro

Caxienses participam do Mundial Máster da modalidade neste fim de semana

Balneário Camboriú – Depois de dois meses treinando entre 15 e 22 horas semanais, e percorrendo de 250 a 350 quilômetros a cada sete dias, com direito a temperaturas negativas congelando as pontas dos dedos de mãos e pés no final do programa, agora é que vem a parte difícil. Os caxienses Marco Leis, 36 anos, Leonardo Parada, 37, Edmilson Guterres, 37, da equipe Espaço Fitness/Guenoa/Kenpo Sports, além de Márcio Bortoluz, 35, encaram neste fim de semana quase 200 adversários de todo o planeta, mais as inclinações vertiginosas do relevo que separa a Barra Sul da cidade da Praia de Laranjeiras, no Parque Unipraias, pelo Mundial Máster de Mountain Bike.


Leis, Parada e Guterres competem no cross country (o chamado XCO Olímpico), categoria A-2, que reúne cerca de 50 competidores e tem largada prevista para as 10h de domingo. O circuito de 5.250 metros chega a apresentar 159 metros de variação desde o nível do mar. A previsão é de cinco voltas até a chegada.

– É um circuito bem técnico – explica Leis.

Quando um biker diz “bem técnico”, a tradução é “exaustivo, próximo de doloroso”.

– Quem chegar entre os 10 primeiros na nossa categoria é profissional. A gente vai para chegar entre os 15 ou 20 primeiros do mundo e tentar não tomar volta – completa o educador físico.

Bortoluz estará no downhill (DHI), brincadeira que envolve a descida a partir de 252 metros por uma ribanceira de 1.230 metros de comprimento, com até 30º de inclinação. A final tem saídas marcadas entre as 14h e 16h de sábado.

– Não é qualquer um que entra nessa, não. Quem não dá a cara para bater é porque sabe o que vai encontrar. Os caras não vão lá para passear. Alguns dos melhores do mundo estarão competindo – diz Parada.

A saber: Márcio Ravelli, 12 vezes campeão nacional na categoria elite, a principal da modalidade, brasileiro melhor colocado em mundiais, com um 24º lugar na edição de 1994, em Vail (no Colorado, Estados Unidos), ainda não sabe o que é colocar um ouro no peito nesse tipo de competição. É um dos que estarão no caminho do time caxiense neste domingo. O outro adversário, mas que pode se tornar aliado, é São Pedro.

– É o seguinte: se chover antes e parar na hora da prova, a pista vira um potreiro. Fica tudo mais perigoso, o barro gruda nos pneus e aumenta o risco de derrapagens e quebras – avalia Parada, administrador de empresas.

Quando a dupla embarcou, na manhã de sexta-feira, ainda chovia em Laranjeiras. A torcida era para que o aguaceiro se encerrasse por ali. Do contrário, até querosene teria de ser usada para limpar pneus e equipamentos embarrados. Claro que haveria uma alternativa meteorológica. Leis, rindo, explicou qual:

– Se for para chover, é melhor que venha tudo na hora da prova, que pelo menos vai lavando o barro dos pneus, do câmbio e, principalmente, a areia dos freios. E vai ficar ruim para todo mundo. Aí a gente equilibra com os favoritos.

gabriel.izidoro@pioneiro.com

GABRIEL DE AGUIAR IZIDORO

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